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VI Assembleia das CEBs da Prelazia de Tefé de 9 a 13 de julho: “Uma Igreja Sinodal em Saída”

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VI Assembleia das CEBs da Prelazia de Tefé de 9 a 13 de julho: “Uma Igreja Sinodal em Saída”

Por: Luis Miguel Modino

A prelazia de Tefé se prepara para a VI Assembleia das Comunidades Eclesiais de Base. De 9 a 13 de julho, a paróquia Santa Teresa de Alvarães acolherá este grande momento de comunhão, escuta e missão. O tema do encontro é “Uma Igreja Sinodal em Saída”, tendo como lema: “Evangelizar nas águas mais profundas”.

Mil participantes

Com a participação de mil pessoas, chegadas das comunidades, áreas missionárias e paróquias, o encontro tem como objetivo geral “Fortalecer a Sinodalidade da Igreja na Prelazia de Tefé.” Dentre os objetivos específicos podemos citar fortalecer e animar a caminhada das comunidades; fortalecer e dinamizar a visibilidade do protagonismo feminino nas comunidades; sensibilizar para uma convivência pacífica e organizada na casa comum; garantir a participação laical, feminino, juvenil, quilombola e indígena nas instâncias comunitárias e de poder; entender como a realidade sócio-política influencia na vivência religiosa; propor estruturas formativas contextualizadas para o laicato assumir papeis efetivos na Evangelização na Igreja e na sociedade; avivar o papel evangelizador das comunidades de base; e celebrar a caminhada Evangelizadora das Comunidades da Igreja particular de Tefé.

Os subtemas a serem abordados ao longo da VI Assembleia das CEBs são os influenciadores digitais na Igreja católica, com a assessoria de José Abílio barros Ohana; Casa Comum: Ecologia Integral na Sinodalidade, com a assessoria do Pe. Dário Bossi; A Fraternidade: Caminho de compromisso para a Justiça Social – Vós sois todos irmãos, com a assessoria de Manuel do Carmo da Silva Campos; CEBs, um barco missionário que inclui todos e todas, com a assessoria de dom Zenildo Lima; e desafios e perspectivas em um mundo polarizado (dentro e fora da Igreja), com a assessoria de Daniel Seidel.

Os temas têm sido trabalhados previamente nas comunidades e ao longo da assembleia serão realizados seminários simultâneos e uma plenária final no último dia, tendo uma celebração de abertura e outra de encerramento.

Compromisso histórico da prelazia

A prelazia de Tefé tem um longo histórico de discussões e ações voltadas aos cuidados socioambientais. Um caminho que tinha como ponto de partida o fato de que as pessoas necessitavam do ambiente natural para manter seus modos de vida. Em uma região rica em peixe e madeira, o povo enfrentou a fome e teve seus territórios invadidos e apropriados por atravessadores, grandes empresários e outros interesses externos. As comunidades estavam vulneráveis a extorsões e enganos, arrendando lagos e vendendo sua mão de obra a preços baixos, sem conseguir sair da miséria e ainda perdendo seus recursos naturais.

Sem apoio do poder público, já que muitas prefeituras sequer olhavam para as comunidades ribeirinhas, a Igreja era a única fonte de apoio. Com a ajuda das pastorais e organismos, a Igreja começou a articular com os ribeirinhos movimentos de retomada dos territórios, por meio de ações formativas e de organização comunitária, promovendo o cuidado dos lagos e da pesca. As comunidades criaram comitês de organização, liderados por animadores de setor, catequistas locais e outras lideranças, que avançaram nas discussões sobre o cuidado e a proteção dos seus mananciais de alimentação e bem-viver.

Unidades de conservação

As terras indígenas no território da Prelazia começaram a ser homologadas. As primeiras unidades de conservação criadas na região foram de proteção integral, que hoje são coordenadas e assessoradas por pessoas formadas pela Igreja. Aos poucos, foram desenvolvidos os acordos de pesca, promovendo uma relação equilibrada entre pescadores urbanos e comunitários, além do manejo coletivo do pirarucu, com base na união entre saberes científicos e tradicionais. Também foram promovidos manejos de madeira, produtos não madeireiros, turismo de base comunitária e agroecossistemas.

Atualmente, os principais problemas enfrentados na região decorrem da ausência do Estado e da falta de políticas públicas efetivas. Essa lacuna favorece a expansão de crimes ambientais e da violência, como o narcotráfico, o garimpo ilegal, a pirataria fluvial e outras formas de exploração, que cooptam ou amedrontam as populações locais.

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